[Lendas dos Games] Tão vazio aqui...

Essa é a primeira lenda do tipo postada no quadro Lendas dos Games: como um relato em primeira pessoa a partir do personagem. Daí o motivo de não conter o nome do jogo nem o console, e nem ser uma lenda do tipo que estão acostumados. Mas tenho certeza que, assim como eu, assim que lerem atentamente a história, vão reconhecer o jogo. As lendas são copiadas na íntegra do blog Creepypasta Brasil.

Sem mais enrolações, o primeiro relato de uma lenda a partir do personagem. Boa leitura e... surpreenda-se.


Ando pelos corredores desse lugar desértico, ouvindo tão somente o som dos meus passos ecoando atrás de mim.
As vezes penso que meus passos não são o suficiente.
As vezes grito, só para quebrar o silêncio.
Não sei por quanto tempo eu estou preso aqui. Semanas, talvez, ou meses. Mas eu estou aqui tempo o suficiente para saber que estou sozinho.
No mais, sozinho, e é isso.
Eu prefiro ficar sozinho, considerando as alternativas.
Figuras se materializando na frente dos meus olhos. Criaturas pequenas, feias e apertadas em um corpo baixo, com cabeças deformadas. E eles tentam vir até a mim, eles insinuam suas vozes entulhando minha mente, me levando a um ponto de quase loucura, vozes agudas, quebradas, arranhadas, enlouquecedoras. Eu quero correr, mas suas vozes me mantém parado, sem chances de me mover, e se passa uma eternidade até eu conseguir me mexer de novo.
Uma vez, quando tentei fugir de uma das criaturas, eu olhei pra trás. Preferia não ter feito isso.
A coisa estava acenando, selvagem e horripilante, e eu fiquei observando enquanto ele sumia, se tornava nada. Eu evito os corredores agora.
Eu costumava ficar confortável com o fato de que poderia sair desse lugar se eu quisesse. Fora dessas paredes existe um campo verde, cercado por colinas batidas, colinas que eu tentei subir tantas vezes e falhei, só escorregando de volta a esse lugar perpetuamente ensolarado. É sempre um dia perfeito aqui no campo, apesar do sol insistir em não refletir a pequena e limpa fonte em uma das extremidades. Eu conseguia alguma alegria olhando as borboletas que ficavam perto das árvores.
Então veio o momento que eu tentei pegar uma.
Eu juntei minhas mãos e gentilmente aproximei de um dos insetos coloridos. Senti nada na minha palma. Então, pensei que a borboleta houvesse escapado de meu alcance, tentei de novo.
Eu vi a borboleta atravessar minha mão.
Nada vivo e benevolente habita aqui.
Eu desisti desse campo.
Em vez disso, me virei para os quadros. Eles se enfileiram em praticamente todo corredor de cada sala aqui, e eu descobri algo memorável sobre eles.
Eles levam a outros mundos.
Mal encosto na superfície de algum e ele já me leva a algum lugar novo, algum lugar estranho. Algum lugar vazio. Quase toda criatura que encontrei nesses mundos tentou me matar. Outras pediam favores, e uma vez que os realizava, não era mais útil a eles, e só era ignorado.
Essa é minha vida, meu mundo. Ainda há algo em que mantenho a esperança.
Os mundos nessas pinturas são os lares desses objetos angulares, pontiagudos e brilhantes. Não consigo descrever porque, mas eles são muito importantes pra mim. Estão escondidos nos lugares mais estranhos, e apesar dos mais funestos obstáculos me separarem deles, eu continuo procurando-os.
De fato, já morri fazendo isso.
Um desses objetos se encontrava em um abismo, e quando eu cheguei a ele por uma plataforma estreita, naturalmente o vento me derrubou. Cai por tempo o suficiente pra pensar se valia a pena ou não continuar vivendo nesse inferno, ou se não seria melhor morrer.
Não lembro de atingir o solo, mas lembro de acordar no campo.
Morte não é mais uma opção.
Desde aquele dia, tenho concentrado todas minhas energias em coletar esses objetos pontudos e brilhantes. E agora eu me sinto... diferente, de algum modo. Desde que eu tenho encontrado esses objetos, sinto como se houvesse algo que eu deva fazer.
E eu finalmente descobri o que é.
Agora aqui eu estou, no teto do castelo em que eu estive preso esse tempo todo. As colinas não chegam a essa altura. Eu finalmente encontrei um caminho para fora daqui. Comecei a correr, para longe do campo, longe de tudo... Quando tive um relance de alguma coisa verde no canto da minha visão. Me virei para olhar o que era.
E eu quase chorei lágrimas de alegria. Um rosto familiar! Correi até ele, e assim que me viu, começou a falar.
"Mario, é realmente você? Faz muito tempo desde nossa última aventura! Me contaram que eu poderia vê-lo se esperasse aqui, mas eu estava quase desistindo! É verdade? Você realmente derrotou Bowser? E recuperou as estrelas para o castelo? E salvou a Princesa? Eu sabia que você conseguiria! Agora tenho uma mensagem muito especial para você; 'Obrigado por jogar Super Mario 64! Esse é o fim do jogo, mas não o fim da diversão! Queremos que você continue jogando, então temos uma pequena coisa pra você. Esperamos que goste! Divirta-se!' Equipe Super Mario 64".
Antes que eu tivesse tempo pra pensar na estranheza do que meu amigo tinha acabado de falar, eu me senti repleto de uma sensação incrível, como se eu estivesse me preenchendo de vida. Eu sorri ao ver Yoshi pular embora. Então tentei correr e pular pra fora do teto do castelo.
Eu bati em uma parede.
-
Uma parede invisível.
-
Existe uma força invisível me impedindo de sair desse lugar errôneo.
-
Cai de joelhos e comecei a chorar.
-
É tão vazio aqui.



Fiquem no aguardo da próxima lenda.

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3 comentários:

Julio disse...

n entendi a ultima parte :(

ラファエル disse...

Se você se refere a parte depois da fala do Yoshi, para e pensa se depois de zerar o jogo você não sente um vazio lá, porque você ganha o novo pulo justamente ao terminar o jogo, sem ter mais nada pra fazer depois

Kid Kong disse...

Demorei um pouco para me tocar de que era Mario 64,mas antes do fim pude concluir sobre o jogo !!!Demais este modo de lenda em primeira pessoa vinda do protagonista de certo game !!!O final trouxe algo assutador e que deixou a refletir XD !!!

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